Paulo Roberto Gomes Fernandes conduziu a Liderroll a mais um movimento estratégico fora do Brasil, agora mirando o mercado português em um contexto de poucos projetos de grande porte no país. Depois de consolidar uma trajetória de consultorias e soluções em complexos gasodutos nos Estados Unidos, Ásia e Oriente Médio, a empresa passa a olhar para Portugal como porta de entrada estruturada para a Europa, associando tecnologia em dutos a um ambiente institucional favorável a investimentos estrangeiros.
A mudança de foco ocorre em um cenário internacional ainda marcado pelos efeitos da pandemia e pelos impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia sobre o abastecimento energético europeu. Esse contexto reforça a necessidade de redes de gasodutos e oleodutos mais diversificadas, com novas rotas, novos terminais e maior capacidade de resposta a crises geopolíticas.
OVIA e o interesse de Portugal em atrair empresas brasileiras
Em novembro de 2022, Portugal lançou a Oeiras Valley Investment Agency (OVIA), agência de investimentos criada para internacionalizar a região de Oeiras e atrair empresas com alto potencial inovador. A iniciativa, estruturada como associação sem fins lucrativos, tem como missão apoiar financeiramente e logisticamente novos negócios, estimular startups e conectar empresas instaladas na região a parceiros internacionais.
O evento de lançamento, realizado no Templo da Poesia, em Paço de Arcos, contou com a presença de autoridades portuguesas, e entre os alvos declarados da nova agência está justamente o empresariado brasileiro, visto como parceiro estratégico para inovação e expansão de negócios.
Foi nesse contexto que a Liderroll passou a ser representada em Portugal por escritórios jurídicos com atuação nos dois países. A OVIA foi destacada como uma “porta de entrada” relevante para grupos brasileiros interessados em empreender ou expandir operações em território português, incluindo o setor de infraestrutura energética em que atua Paulo Roberto Gomes Fernandes.
Estratégia para terminais e novos píeres
Ao visitar Portugal na semana anterior ao lançamento oficial da OVIA, Paulo Roberto Gomes Fernandes avaliou que a construção de novos píeres e terminais para recebimento de granéis e hidrocarbonetos na costa portuguesa representa uma oportunidade concreta para o grupo Liderroll. A ideia é contribuir com soluções de engenharia para portos e terminais capazes de receber cargas energéticas, reforçando a segurança de abastecimento do país e, por extensão, do continente europeu.

O atual cenário internacional demonstra que depender de poucas rotas e poucos fornecedores é um risco estratégico. Conflitos armados, falhas de infraestrutura ou crises regionais podem interromper fluxos de energia essenciais e afetar diretamente o bem-estar de populações inteiras. Por isso, Paulo Roberto Gomes Fernandes frisa que a ampliação de redes de gasodutos, oleodutos e demais sistemas de transporte de granéis deve ser tratada como tema de subsistência, e não apenas como uma pauta econômica entre tantas outras.
Hidrocarbonetos, transição energética e geopolítica dos gasodutos
Embora reconheça a importância de uma transição energética para fontes menos poluentes, Paulo Roberto Gomes Fernandes argumenta que o mundo ainda dependerá dos hidrocarbonetos por muitos anos. Na avaliação do engenheiro, há um excesso de discursos “politicamente corretos” que, muitas vezes, desconsideram a realidade das cadeias produtivas e dos sistemas industriais, além dos prazos necessários para desenvolver alternativas tecnológicas maduras e escaláveis.
Para ele, o desafio não é simplesmente abandonar o petróleo e o gás, mas planejar uma transição organizada, sob coordenação internacional, que permita manter a segurança energética enquanto novas matrizes são consolidadas. Nesse sentido, Paulo Roberto Gomes Fernandes sugere que organismos como o BRICS, ampliado com países detentores de tecnologias em energia, poderiam assumir papel mais central na definição de caminhos comuns para uma matriz menos poluente, em vez da “corrida descoordenada” que se observa hoje, com inúmeros projetos isolados competindo entre si.
Enquanto isso não acontece, a leitura do executivo é clara: redes de dutos continuam sendo a forma mais rápida, simples e conhecida de garantir o fluxo de energia entre países e regiões. Reforçar essas conexões, com projetos bem planejados e soluções tecnológicas já dominadas, tende a reduzir tensões, diminuir assimetrias logísticas e limitar o uso da energia como arma geopolítica em períodos de crise.
Experiência internacional da Liderroll como credencial na Europa
Ao se aproximar de Portugal, a Liderroll leva um histórico de projetos que reforça a confiança em sua capacidade técnica. A empresa é reconhecida como especialista em gasodutos e oleodutos instalados no interior de túneis de longas distâncias, com mais de oito patentes exclusivas concedidas em mais de cinquenta países, incluindo União Europeia e Índia. Projetos em países como Estados Unidos, Jordânia, Chile, Peru, Rússia e Turcomenistão demonstram que as soluções concebidas por Paulo Roberto Gomes Fernandes já foram testadas em contextos geográficos e operacionais bastante distintos.
Essa combinação de inovação, experiência em ambientes desafiadores e proteção por patentes coloca o grupo em posição competitiva para disputar contratos em novos terminais, píeres e sistemas dutoviários em Portugal e no restante da Europa.
Autor: Daryonin Volgastov